12 de setembro de 2008

Quatro


Eu entendo algo no teu corpo como se a noite
ainda não tivesse nome. A ignorância impele-me
sou um todo no meu querer que te atinge
e que precisa fugaz do retorno, qualquer
movimento de aproximação

(eu entendo como se por engano dissesse)

Um de nós habita a soleira luminosa do adeus
regressa vago de rosto consumido por outros olhos
outras mãos que naufragaram onde teimávamos existir
todo o cheiro entranhado como águas nas terras profícuas

Alto se levantaria um sol de Julho, algumas letras
do poema disperso nos livros que também seguiram viagem
e ficaríamos quietos durante muito tempo
a entendermos ambos que nome teria a nossa própria noite

(Ouve-me, não venceremos os anos, não faremos do tempo
nada nele faremos se um de nós quiser ultrapassar a soleira)

Eu poderia morrer agora e deixar-te escrito que te preciso

Fernando Dinis

1 comentário:

Morgan Le Fay disse...

Parabéns queridos!
Que este seja apenas um pontinha de todos os momentos deliciosos que ainda vão passar juntos.
Parabéns pelo que construiram juntos e obrigado por partilharem connosco a vossa felicidade e forma de estar na vida.
Moussejinhos
Morgan&Pendragon